Contos

Escrever contos é como desbravar mundos imaginários, onde a emoção se torna o fio condutor da narrativa. Cada personagem é uma extensão dos meus sentimentos, e cada reviravolta é uma batida do coração transposta para as páginas. Na criação, mergulho em um mar de possibilidades, onde a magia das palavras me conduz por caminhos inexplorados da minha própria imaginação. É uma jornada apaixonante, onde a escrita se transforma em um portal para aventuras que nascem da pulsante emoção que habita minha alma.

 
— O Pequeno Spider-Man
A Escalada —
 
 
Luís é um garotinho de quatro anos que, como muitos, sonha com milhares de aventuras. Na sua imaginação, um palito de picolé vira um avião e uma folha seca, um navio.
Esse pequeno aventureiro adora ouvir as espetaculares aventuras do homem aranha, seu herói favorito, e também deseja ser como ele: destemido, forte e ágil.
Um dia, montou no seu velotrol e imaginou que ele tivesse a capacidade de voar e atirar raios em seus inimigos. Durante horas, brincou no terraço coberto da sua casa, que estava em construção, até que resolveu desafiar o perigo. Pensou que, assim como o homem aranha, poderia andar pelas paredes e escalar a casa. Dessa forma, chegaria mais rápido do outro lado e provaria que era um garoto corajoso.
A partir daí começou a sua aventura perigosa. Luís usou o velotrol como suporte para pular o muro que protegia aquele espaço e, ao chegar do outro lado, ficou sob a pequena sacada, observando o movimento da rua e sentindo uma chuva fininha cair sobre o seu rosto. Então se imaginou como o homem aranha e começou a escalada.
Ao projetar seu corpo para fora, percebeu que não tinha nada para apoiar os pés e que as suas pequenas mãos não suportavam o peso do corpo. Desesperadamente tentava manter-se seguro, mas não conseguia, pois o lugar escorregava muito devido a chuva.  Ao perceber que era impossível escalar a casa, fechou os olhos, acreditou que algo extraordinário aconteceria como nas histórias, e, mesmo sentindo medo, aos poucos, foi soltando a sacada.
Como mágica percebeu que alguém segurou as suas pernas e rapidamente o tirou dali. Era um senhor desconhecido que andava de bicicleta naquela tarde de inverno e avistou o pequeno aventureiro. Este sorriu em agradecimento e ouviu as sábias palavras de conselho do seu novo herói, mas, na sua inocência, ainda não havia percebido a gravidade da situação, achou que tudo fazia parte do seu mundo de aventuras e já estava preparado para mais um desafio.
 
— O Pequeno Spider-Man
O Salvamento —
 
Certo dia, Luís, o pequeno Spider-Man, foi visitar os tios, que moravam em um belo sitio. Lá, ele encontrou outras crianças, muito espaço para correr, piscina, cavalos para passear e três belos cães yorkshire.
Pensando nas aventuras do seu herói favorito, o garoto decidiu, mais uma vez, provar a sua coragem. Olhou para aqueles cães indefesos e imaginou uma cena de perigo e ele, claro, o salvador.
Entre os pensamentos e as ações, duraram poucos minutos, o menino pegou os cães, um após o outro, e os atirou na piscina sem que ninguém percebesse. Assustados, os pobrezinhos começaram a latir e as crianças, que estavam em volta, a gritar. Até tentaram se aproximar dos bichinhos, mas o lugar que eles estavam era fundo. Então o pequeno aventureiro decidiu cair na piscina para salvá-los, porém foi impedido pela dona dos animais. Ela tirou os pobrezinhos da piscina antes que acontecesse uma tragédia.
Ao observar toda aquela movimentação, o pequeno herói, que estava prestes a virar vilão, perdeu a coragem e fugiu. O plano havia dado errado e, para piorar a situação, sua mãe apareceu muito brava, pois, como conhecia o filho, imaginava que ele era o causador daquela confusão.
Depois de alguns minutos de procura e reclamações, Luís resolveu sair do seu esconderijo e assumir a culpa, caso contrário, o castigo seria pior. O garoto até tentou se explicar, mas, para a mãe, não havia nada que justificasse aquela atitude maluca e inconsequente. Ele ficaria o restante do final de semana de castigo no quarto, sem brincar nem passear, se não fosse pelo tio Chico, que apareceu na hora para livrar a cara do cidadão. Disse que os cães estavam muito sujos e precisavam de um banho e que Luís fez um grande favor jogando-os na piscina.
Assim, o pequeno aventureiro escapou de um bom castigo e ainda pode se divertir durante o restante do final de semana, mas antes teve que ajudar a secar os cães e refletir sobre o que havia feito, pois um herói jamais agiria assim.
— Diálogo Entre Mãe e Filha —

Certo dia, D. Amélia ouviu algumas reclamações da professora Jussara, sobre sua filha de oito anos, Lis. Ela explicou que a menina conversava paralelamente durante as aulas e não aguentava ouvir uma música agitada que já saia do lugar dançando.
D. Amélia ficou muito chateada e nem esperou chegar em casa para dar um sermão na filha, do trabalho, mesmo, acessou a internet e iniciou a conversa:
_ Lis, tô mt zangada com vc!
_ Pq, mãe? _ A menina respondeu assustada.
_ Eu pago escola cara pra vc conversar e dançar?
_ Ñ, mãe!
_ A professora Jussara disse que vc tá conversando e dançando durante as aulas e atrapalhando os colegas. Isso tá certo?
_ Ferrô! Aff!
_ Vc ñ tem consciência, Lis?
_ Mas, mãe, eu nem sei o q é consciência!
_ kkkkk – D. Amélia não se conteve.
– Filha, vc precisa entender q estas atitudes ñ tão certas pq atrapalham a aula e os coleguinhas. Na escola vc tem q estudar. Deixa pra dançar depois.
_ Tá certo, mãe, mas eu posso dançar um pouquinho no recreio?
_ kkkkk Tá bem! Pode! Agora vou trabalhar! #partiu Bj!
_ De boa, mãe! T+ Bj! xD
E assim mãe e filha concluem mais um diálogo de sucesso e continuam felizes.